6.1.10

Destaques do livro histórico Seitas Protestantes em Pernambuco, Subsídios Históricos, com um estudo sobre o calvinismo em Pernambuco, ano 1906

Forte Orange Holandes

Capitania de Pernambuco por Frans Post

Destaques do livro histórico Seitas Protestantes em Pernambuco, Subsídios Históricos, com um estudo sobre o calvinismo em Pernambuco, ano 1906, por Vicente Ferrer de Barros Wanderley Araujo:

"A tolerância parece ir penetrando na dourada prisão do Vaticano". – [uma referência aos evangélicos do começo do século 20 em Pernambuco]

Um historiador do começo do século 20 disse, em outras palavras, que uma coisa que chamava mais atenção nos templos evangélicos era a reverência, “um espetáculo quase novo”, “nada de sussurros, de conversações e desrespeito, comum a maioria dos católicos”.

Sobre a simplicidade dos templos: “O templo evangélico, severamente branco, despido de ornatos e de qualquer emblema religioso”. O historiador acima citado dizia que a simplicidade dos templos evangélicos não era páreo para a beleza dos templos católicos e que a beleza nos templos serviria de auxílio pedagógico. Criticando assim os pastores em usar só a pregação da Palavra para um monte de gente inculta que não sabia dar valor intelectual, já que os sentidos dominam.

Os evangélicos, chamados de “nova seita”, no registro do historiador, eram perdidos no meio de uma população esmagadoramente católica. O esforço e a pertinência em ser evangélico em meio a perseguições e injúrias era algo observado com curiosidade, pois os protestantes brasileiros não receberam do berço a religião evangélica, nem herdada e nem imposta. Os templos eram constantemente apedrejados.

Livros evangélicos e Bíblias eram de modo constante queimados publicamente pelos católicos. E houve um assassinato bárbaro e cruel em Caruaru por causa do Evangelho, que merece destaque. José Antonio dos Santos foi o primeiro mártir da igreja em Caruaru, seus algozes, João Thiné e Francelino. Ao receber a primeira punhalada, ajoelhou-se e disse ao criminoso: “Por Jesus, não me mate!” Houve processo judicial, mas ninguém foi preso por matar José Antonio dos Santos, apesar das provas.

Há um registro interessante dessa época sobre perseguição: “é costume em Caruaru dar-se surras nos evangélicos” e a polícia não tomava nenhuma providência.

A conduta moral e disciplinar dos evangélicos eram elogiadas até pelos inimigos sociais, em todas as áreas da vida comum, matrimônio, comércio, vida militar, enfim, o “efeito salutar da Bíblia” era destaque. Quando comparados com os católicos, estes se limitavam a ouvir uma missa em latim que não entendiam nada, não conheciam a história da Igreja e o catecismo, “apenas repetem algumas orações aprendidas na infância.”

Livro original escaneado.

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