Olinda foi tomada em 16 de fevereiro de 1630 pelos holandeses. Em 10 de março do mesmo ano realizaram orações solenes para agradecer a Deus a fácil conquista. Este foi o primeiro ato de culto público e oficial do calvinismo em Pernambuco.
A igreja calvinista em Pernambuco foi organizada em sínodos, classes e presbitérios, tudo dependia do supremo concílio e do governador.
As atribuições dos sínodos abrangiam a administração e disciplina eclesiástica, supervisão de costumes, instrução primária e catequese de índios.
Havia ministros permanentes em Recife, Olinda, Itamaracá, Cabo de St. Agostinho e Serinhaém.
Os ministros calvinistas não suportavam ouvir falar em imagens, confissões e procissões.
Alguns ministros aprenderam o tupi e nesta língua produziram um catecismo de fé reformada e diversas literaturas.
Era admirável o fato de que os índios sendo fetichistas como eram compreenderam e adoraram um Deus em Espírito, sem nenhuma exterioridade cultual, segundo os ministros calvinistas ensinavam.
O famoso padre Antonio Vieira testemunhou de modo ocular o calvinismo entre os indígenas, disse: “Na veneração dos templos, das cruzes, dos sacerdotes [os índios] estavam muitos deles tão calvinistas e luteranos como se nascessem na Inglaterra ou Alemanha. Eles chamam a igreja [católica romana] de ‘Moanga’, que quer dizer Igreja falsa, é a doutrina ‘Morandubas Abarés’, que quer dizer ‘patranhas (história falsa) dos padres’”.
Os calvinistas não edificaram muitos templos em Pernambuco. Havia uma predileção por ocupar os templos católicos romanos durante a colonização.
Quando estudamos o Brasil Holandes não se pode deixar de citar a grande administração de Maurício de Nassau.
A estratégia principal das missões evangélicas posteriores ao período holandês foi a distribuição de Bíblias, folhetos e livros. Os católicos trabalharam intensamente contra a distribuição de material protestante durante boa parte dos séculos 18 e 19, sem grandes êxitos. Os católicos chamavam a Bíblia Ferreira de Almeida de “bíblia falsificada” e a literatura evangélica de “livrinhos perigosos”.
Em 1868, Robert Kalley, do Rio de Janeiro mandou para Pernambuco um diácono da igreja evangélica fluminense – Manoel Jose da Silva Viana, que distribuía e vendia Bíblia. Em julho de 1871, Viana formou uma congregação em Recife. Em 1873 a congregação ganhou status de Igreja, neste ano Kalley batizou 12 convertidos da igreja pernambucana.
Viana repassava Bíblia e literatura evangélica, e isto era de modo geral mal visto e causava muitas confusões por onde viajava. Muitos dos livros que transportava eram confiscados por autoridades policiais e queimados, os hotéis negavam estadia para ele. Provavelmente muitas vezes correu risco de ser morto, muitas vezes espancado e preso. A causa evangélica pernambucana é eternamente devedora ao Manoel Viana. O congregacionalismo se estendeu por muitas cidades do interior de Pernambuco: Jaboatão, Vitória, Caruaru e muitas outras.
Os presbiterianos chegaram logo em seguida. O propagador do presbiterianismo em Pernambuco foi o missionário John R. Smith, que chegou em Recife em 1873. A primeira igreja foi constituída em 1878. Respectivamente o presbiteriano chegou a Garanhuns, Goiana, Canhotinho, Palmares, Areias e Caruaru.
No começo do século, dos púlpitos romanistas, a intolerância religiosa era “brutal e evidente”, a ordem era: “meta o cacete nos nova-seitas”, pelos registros isso partia de missionários capuchinos, da mesma ordem de Frei Damião.
Destaques do livro histórico Seitas Protestantes em Pernambuco, Subsídios Históricos, com um estudo sobre o calvinismo em Pernambuco, ano 1906, por Vicente Ferrer de Barros Wanderley Araujo.
Excelente postagem. Parabéns. Estarei postando no meu blog esse excelente artigo, mas, com a devida informação da fonte. Quando puder visita o blog:
ResponderExcluirhttp://historiaedebate.blogspot.com/
Olá Raniere! Sou o Rev. José Roberto, pastor presbiteriano e professor no Seminário Presbiteriano do Norte (Recife). Bem, estou deixando esse comentário (recado), solicitando uma ajuda sua. Tenho pesquisado para minha dissertação sobre o Pentecostalismo em Pernambuco. Esse material que você citou seria de grande valor se pudesse tê-lo. Você sabe o que faço para ter acesso? Se preferi me responder via e-mail, serei grato. Meu e-mail é: revjoseroberto@gmail.com
ResponderExcluirFico no aguardo. Desde já agradeço.
Rev. José Roberto
Sou professor de História pela UVA, gostaria de obter informações sobre à Igreja reformada no Brasil colonial, para minha dissertação de mestrado. você sabe onde posso conseguir.
ResponderExcluirgato1
ResponderExcluirEnvie seu e-mail para meu e-mail, daí posso tentar ajudar.